Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A minha filha imita muito bem os sons dos animais, tão bem que agora quando fomos ao pediatra até fiquei envergonhada... O pediatra estava sentado na secretária a falar com outra colega que estava à porta, mas fez sinal para nós entrarmos e sentarmos. Logo que a Leti viu uma ovelha na secretária começou o berreiro: 'mé mée méee'. A bons pulmões como é o seu hábito. Tanto que os dois pediatras mal se ouviam e tiveram de começar a falar mais alto! É bom que saiba os sons dos animais, mas podia ser um pouco mais baixo... :) Vamos ver se na próxima consulta mudará o animal! O cão é outro dos que adora (vai de certeza insistir mais tarde para termos um) e digo-vos - também ladra muito bem :)
Cada vez mais tenho noção que temos de estar preparados para tudo na vida. Saber aceitar as situações adversas, saber perdoar (a nós próprios é o mais difícil) e sermos, essencialmente, pessoas bem resolvidas.
Até parece simples dito desta forma.
Hoje chegou o despacho final do roubo violento que sofri em minha casa. Do grupo, só um ficou preso, outro com vigilância electrónica, dois sujeitos a obrigações periódicas e outros dois (um dos quais foi a minha casa) com (apenas!) termo de identidade e residência. Fiquei a conhecer, de forma detalhada, todos os roubos, toda a violência, todos as pessoas que foram privadas de milhares de euros em dinheiro e bens, por causa daquele grupo, cujos membros actuavam juntos ou separados.
Podia recorrer (segundo a carta, se tivesse factos novos) e pedir indemnização, mas para tal tinha de arranjar um advogado, gastar dinheiro, quando se sabe que normalmente este tipo de indivíduos raramente têm bens no seu nome. Juntamente com o facto de que ele está em liberdade e eu ainda moro na mesma casa... Talvez por o ter visto bem (é novo e de etnia cigana) tenho agora pouca vontade de passear na zona onde moro. Sei que tenho e que vou ultrapassar isto, mesmo que seja apenas quando mudar de casa. Triste foi o facto de não ter sido referido, no processo que me enviaram por carta, que eu tinha a minha filha ao colo quando fui agredida.
No entanto, analisando todo o processo, ainda cheguei à conclusão que tive imensa sorte. Em um dos casos, com o assaltante mais violento, uma Sra foi amordaçada e deram-lhe vários socos em todo o corpo.
E se eu estava aborrecida comigo própria por ter aberto a porta (por pensar efectivamente que se tratava do vizinho), deixei de estar. Quando queriam entrar nas casas partiam os estores e, em um dos casos, partiram a porta da entrada.
Tenho pena das pessoas agredidas (principalmente as de maior idade), mas também dos polícias que fizeram um óptimo trabalho, sempre atentos e prestáveis, e que têm de andar sempre atrás dos mesmos criminosos.
Sem mais palavras. Aceitar e ir em frente.
Ter um filho é de facto complicado, mas é a fase mais maravilhosa e inspiradora das nossas vidas :)
"Fazes-me falta. Mas a vida não é mais que do que essa sucessão de faltas que nos animam. A tua morte alivia-me do medo de morrer. Contigo fora de jogo, diminui o interesse da parada. E se tu morreste, também eu serei capaz de morrer, sem que as ondas nem o céu nem o silêncio se transtornem. Cair em ti, cada vez mais longe da mísera ficção de mim."
in "Fazes-me falta" - Inês Pedrosa
Adoro ler livros intensos, que fazem pensar, que me transportam para uma dimensão onde parece que os meus sentidos se encontram com memórias aparentemente esquecidas. Um livro é, no meu entender, como a vida: há que ser forte, intenso, recheado, senão não vale a pena.
Confesso que nunca liguei muito à Pascoa, excepto quando era criança e ia à catequese. Depois, com os anos, foi passando a minha ligação a esta festividade, nem sei bem explicar o porquê...Agora, desde que tenho a Leti, acho que redescobri o valor desta e de muitas outras comemorações - sejam elas mais religiosas e espirituais ou não.
Por um lado, é engraçado ver a alegria de uma criança quando decoramos a casa, recebemos em casa a família (que não vemos tanto) ou trocamos prendas mesmo que sejam significativas e/ou feitas por nós. Mas não é só isso. Parece que, depois dela nascer, reparo em mais pormenores, dou mais valor a pequenas (grandes!) atitudes e sinto-me com vontade de celebrar a vida, nas suas diversas formas.
A Páscoa, como a sinto agora, é uma oportunidade de renovar a nossa vida. De dizermos para nós mesmos o que queremos mudar/melhorar em nós próprios e fazê-lo. A sério e com vontade. Porque nada se faz sem esforço e sem garra. Sem coragem e sem fé - nos outros e em nós. Precisamos muitas vezes de um empurrão e por isso, se aproveitarmos o balanço de certas fases do ano (ou da nossa vida) o caminho é mais fácil.
Feliz Páscoa! ❤
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.